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  • Writer's pictureJulia e João

muito prazer, casa.



Olá, seja bem vindo.

Como você está?


Quem escreve é Julia e João, casal criador do Estúdio Metta.

Desde 2015 unimos nossas paixões, design de interiores e produtos, para lançarmos um estúdio de design focado no morar.

Ao longo desses 5 anos temos conhecido pessoas e histórias maravilhosas, e as ajudado na tarefa de criar espaços que contam um pouco mais sobre quem elas são. Mas, essa é a nossa primeira experiência de falar assim, escrevendo – e não foi fácil – mas foi a forma que encontramos de oferecer algum tipo de ajuda nesse período difícil que estamos enfrentando.

Aproveitamos para criar esse espaço que será dedicado a troca de ideias e reflexões sobre o morar, a relação da pessoa com a casa, os impactos do design e o futuro dos produtos no habitar. Traremos para cá as conversas que temos no dia a dia, nossos questionamentos e temas interessantes que nos deparamos por aí. Esperamos reunir uma comunidade de compartilhamento e colaboração para continuarmos na evolução dos diversos aspectos que orbitam a esfera do morar.


Por aqui estamos refletindo muito sobre como esse momento de reclusão e isolamento físico – como bem disse o artista Felipe Morozini “estar perto não é físico” e desde então não usamos mais o termo isolamento social – está impactando a nossa relação direta com o espaço que habitamos, a casa.

Vamos começar esse papo avisando que a ideia aqui não é gerar ansiedade com nenhuma dica de como ter o home office perfeito, como fazer o detox da sua casa ou DIY (o famoso faça você mesmo) com a caixa que você lavou e espirrou álcool depois das compras.

A nossa ideia para essa primeira conversa é convidar você a descobrir a sua casa. Propor uma nova forma de olhar os espaços, os significados e porquês dessa casa que já existe e que já é habitada por você.

Pode parecer muito abstrata, ou até mesmo sem sentido, essa ideia de descobrir o que já existe. Mas vamos contar o que anda acontecendo por aqui, na nossa casa, para exemplificar.


A Metta ocupa o espaço físico na nossa casa desde que nasceu, então já temos um espaço de trabalho montado e organizado, o hábito e uma rotina construída nessa dinâmica de home office, ou seja, manteríamos o mínimo de normalidade nas nossas vidas. O que não aconteceu na prática. Logo nos primeiros dias de isolamento físico não estávamos conseguindo mais trabalhar no “espaço escritório”, nos percebemos incomodados e dispersos, começamos a questionar nosso rendimento e, óbvio, começamos a criar a famigerada lista de culpados: as mil coisas que queremos mudar no espaço do estúdio (todas descartadas quando pensadas com atenção), preguiça, preocupação com a pandemia mundial, ansiedade com o futuro incerto, mil coisas. Reclamamos até prestar atenção no que de fato estava acontecendo. Estávamos sim trabalhando, mas de forma diferente, hora no sofá, outra sentados no tapete em frente a janela, mas em outro cômodo, a sala.

Começamos a conversar então sobre o porque de ter saído do estúdio, desse “instinto" de migrar para outro cômodo, dessa adaptação e o porquê disso ter refletido na mudança do espaço de trabalho para a sala especificamente.

Fizemos o mesmo caminho que usamos com os projetos de clientes: pontuamos todos os itens, observações e sentimentos, analisamos desde as coisas mais básicas até as nossas sensações, resumidamente foi assim: entra um sol delicioso a tarde toda pela janela que tem vista para a copa das árvores, a área de serviços de um prédio e a varanda de outro; tem uma brecha de horizonte entre os prédios; conseguimos ver nossa cozinha, o corredor e qualquer movimento que aconteça na casa; tem a estante com a maior parte dos livros, as plantas, os quadros, as lembranças de viagem e muitas das coisas que gostamos; é bem aconchegante – mesmo sem o tapete que saiu para lavar e esta com uma manta de praia improvisada no lugar – tem sofá e poltrona; fica alaranjada com o pôr do sol; recebe clientes e amigos; é onde comemos.

Entendemos que a sala é o coração da nossa casa, o cômodo que mais usamos. Percebemos depois que listamos tudo isso que a sala é o nosso cômodo favorito, e nessa fase que estamos vivendo é esse espaço que nos traz um pouco de normalidade e nos deixa seguros para criar uma nova rotina.



O que quisemos mostrar com esse relato é que pensar a casa é um ato que envolve sentimentos, momentos e fases, é reconhecer que nada é fixo, nem tampouco delimitado. Vale a pena parar para pensar e sair do automático. Perceber como você está ocupando o seu espaço, o que está funcionando como era antes e o que está realmente fazendo diferença nesse momento. Sem pressão de terminar essa leitura e colocar a mão na massa querendo mudar todos os móveis de lugar, só se te animar.

Se a gente puder te dizer por onde começar, sem dúvida seria para você se perguntar o que você mais gosta na sua casa, qual lugar você está curtindo mais ficar. Liste tudo, depois pense nos porquês. Quando você entender o significado de tudo isso, esse vai ser o momento para achar um jeito de melhorar, adaptar ou mudar.

De repente só falta aproveitar melhor o cômodo que bate mais sol, um tapete e uma almofada no chão do quarto para te deixar mais confortável, uma cadeira para tomar um solzinho na janela e reforçar a vitamina D. Talvez empurrar para outro canto a mesa que você está usando para trabalhar ajude a aproveitar a luz natural. Pode ser colar uma foto que você goste na parede ou deixar seu livro querido à mostra.

É isso. Entender a sua relação com a casa e depois se precisar mudar, mude o que precisar.


O importante agora é se cuidar e ficar em casa. Aproveita a oportunidade (e o privilégio) e experimenta descobrir a sua casa nesses dias.


Para aliviar a pressão criamos a playlist “sons para a casa”, disponível no Spotify, bem leve e gostosinha para acompanhar seu dia e incluir mais uma camada sensorial para aproveitar a casa.



Ainda estamos encontrando nosso caminho por aqui, entendendo sobre o que poderíamos conversar e possíveis colaboradores, então contamos com a sua ajuda. Depois conta para a gente o que achou e quais os temas que você gostaria de ver nas próximas edições.

Vamos tentar seguir com os posts quinzenais, nos deseje sorte.


Se quiser continuar o papo é só chamar, estamos por aqui.


Um abraço,

Julia e João.


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